
Somos questionados sobre o porquê de se constituir uma Associação de Adeptos como a APDA, mas não é difícil, infelizmente, apontar razões para tal necessária “defesa do adepto”.
Muitos são os temas em que, uma vez mais, teremos que nos debruçar para defender o Adepto enquanto parte integrante e fundamental do desporto, sempre na sua função de adepto e não numa posição de suposto cliente.
Um tema que nos importa e que tem sido recorrente é a taxação dos bilhetes a preços incomportáveis para a realidade nacional. Como podem os Clubes, Federações, Ligas e demais classes dirigentes querer levar as famílias aos estádios? Como pode isso acontecer com os valores cobrados nas bilheteiras? Como se governa um agregado familiar em que apenas um dos cônjuges aufira o ordenado mínimo nacional (530€) e tenha a intenção de ir ao futebol acompanhado da Família? Num agregado Familiar de 4 pessoas facilmente chegamos a um valor de 80 / 100 euros em bilhetes. Se a isto se adicionar custos de deslocação e alimentação, ainda que o farnel saia de casa, mas que seja impossibilitado de entrar no estádio em nome da “segurança” o valor é inegavelmente proibitivo.
Vem a APDA solicitar a mobilização de todos os integrantes no desporto nacional, desde dirigentes a atletas, passando pelo público para uma consciencialização real das capacidades financeiras do país em que vivemos. Apelamos à sensibilização de quem tutela o desporto e quem tem poder decisório na tabulação do preço dos bilhetes que tome consciência da necessidade de se criar normas justas para que o acesso às bancadas dos estádios nacionais não seja proibitivo. É certo que o desporto e principalmente o futebol se tornou uma indústria, no entanto nenhuma indústria sobrevive sem clientela e segregar os adeptos pela sua capacidade financeira deixando fora dos estádios todos aqueles de classe média / baixa não é de todo o modelo a seguir e não é de todo aquilo que o “desporto” pretende enquanto núcleo aglutinador dos diversos estratos, credos e formas de viver.
A APDA lutará sempre de uma forma isenta e digna pelo regresso dos adeptos ao desporto, seja ele qual for, como parte integrante do mesmo, mas sempre na qualidade de ADEPTOS e nunca como clientes. O desporto tem como base o associativismo e é nesse espírito que se deverá manter, acessível a todos os que amam um emblema e não apenas acessível aos que podem comprar um produto.
Por um futebol popular, preços populares!